Políticas de Desenvolvimento Econômico e Promoção Tecnológica de Sistemas Produtivos Locais Rurais: O Caso de uma Região Agrícola

Abstract

A estratégia de desenvolvimento regional tem sido objeto de estudo para a promoção dos sistemas produtivos locais (SPLs) com foco na mudança estrutural de um padrão de extração e subsistência para outro padrão de caráter produtivo; para gerar, de forma econômica e sustentável, sustento e renda à população local; além de incentivar o investimento privado local. Dessa forma, a Província de Purus, no Peru tem concebido e implementado o Plano de Desenvolvimento econômico para um período de 2007-2011. Este plano tem como finalidade melhorar a qualidade de vida da população indígena local a partir de duas ações prioritárias, a saber: i) o acesso a serviços sociais básicos, como nutrição, saúde e educação; e ii) a promoção dos sistemas produtivos locais, este objeto de análise desta pesquisa. O objetivo desse artigo é discutir o papel da implementação de planos de desenvolvimento regional com ênfase na transferência de tecnologia e conhecimento em regiões rurais como Purus, no Peru, bem como a aplicação de conceitos de aprendizado específicos para uma estrutura regional com sérias deficiências básicas de estrutura sócio-econômica. O recorte teórico utilizado associa as novas orientações de políticas de desenvolvimento econômico regional, Nova Ortodoxia Regionalista – NOR (Fernandez, 2008), baseadas em gestões governamentais participativas; com a promoção tecnológica dos SPLs por meio da transferência de conhecimento tecnológico absorvido segundo a experiência e/ou do conhecimento tácito, que refletem os aspectos socioculturais (Moya, 2003). Neste sentido, comunga a potencialidade própria do território rural com as oportunidades externas, constituindo-se uma dinâmica socioeconômica local, diferenciada de desenvolvimento rural, instrumentalizada e medida através de seus SPLs Rurais (CORREA,2004; SABOURIN,2002; SCHNEIDER,2003). Os resultados mostram que apesar da política desenvolvimentista ser participativa, ainda há fragilidades na adequação da tecnologia para a região e, em parte, tal fragilidade se deve à ausência da participação do governo na implementação do plano.