Inclusão Social Rima com Competitividade?: O Trabalho de Pessoas com Deficiência em Empresas de Base Tecnológica
Abstract
Observa-se atualmente no campo de conhecime
nto da Administração a centralidade da
chamada “ética no mundo dos negócios”. Esse fe
nômeno, que começou a se manifestar com
intensidade no cenário brasileiro a partir dos
últimos anos, tem como base a importação de
modelos gerenciais dos países capitalistas centrais. Percebe-se que a modernização das
práticas gerenciais em organizações de base
tecnológica no Brasil não se dá de maneira linear
e mecanicista como algumas abordagens s
obre ética nos negócios pressupõem. Como
exemplo, pode-se mencionar a inclusão de
pessoas com deficiência no chamado “Mundo do
Trabalho”. Ao contrário de ser um processo liv
re de contradições e linearmente articulado e
implementado nas empresas de base tecnológica,
a Inclusão apresenta-se como um construto
em constante reelaboração, no qual diferentes
visões sobre trabalho, produtividade e justiça
social nos negócios confrontam-se mutuamen
te. Isso exige dos administradores novas
estratégias para gerenciar os processos de Inclusão. O maior desafio parece estar ligado ao fato
das técnicas para implementação de parcer
ias de inclusão no trabalho serem ainda pouco
conhecidas, debatidas e experimentadas no caso
brasileiro. Tanto concepções e percepções que
subvalorizam quanto superdimensionam o potencial
da Inclusão e das parcerias sociais são
encontradas. Dentre essas concepções, a mais presente é a de que Inclusão no trabalho não
representa ganhos de competitividade para as
empresas de base tecnológica. Manifesta-se
ainda o caráter assistencialista e paternalista
da Inclusão no trabalho no Brasil. No entanto,
grandes avanços no gerenciamento de C&T podem ser obtidos através dos processos de
Inclusão no trabalho. O artigo discute a relevâ
ncia da Inclusão para a consolidação das
estratégias competitivas das empresas de base tecnológica, destacando estratégias para a
construção de projetos em parceria entre or
ganizações de C&T e instituições defensoras dos
direitos dos portadores de deficiências