dc.description.abstract | Organismos internacionais, cent
ros de pesquisa
vêm apoiando e incentivando a licitação
sustentável em todo
o mundo
, ar
gumentando
, por exemplo, que os governos
devem ter
consciência sobre o poder de compra e usá-
lo para direcionar o desenvolvimento para soluções
social e ambientalmente saudáveis
.
A questão ce
ntral, e coerente com
o
papel do setor público
comprometido com a promoção da sustentabilidade, é alterar o paradigma de compras
públicas vigente, pautado em critérios de preço e qualidade
,
primordialmente, para outro
, em
que
o estado use o seu poder de consumo para interferir nos padrões de produção. No Brasil
,
c
ompras públicas movimentam recursos estimados em 10% do PIB
, o qual
em 2009 chegou a
3.675 bilhões de reais
. A
compra pública sustentável (CPS) é uma solução para integrar
considerações ambientais e sociais em todos os estágios do processo da compra e contratação
dos agentes públicos com o objetivo de reduzir impactos à saúde humana, ao meio ambiente e
aos direitos humanos. O presente estudo propõe
-
se
a compreender
como o Estado
t
em
contribuído para
o desenvolvimento sustentável através de seu poder de compra, mais
precisamente
,
buscando comparar a práticas e regulamentações a este respeito, considerando
os estados brasileiros de São Paulo, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul. Quanto ao
método
de pesquisa
,
foi utilizada a pesquisa
bibliográfica
, na qual
se
apresentam
casos
de
compras públicas sustentáveis em vigor
, bem
como, a pesquisa documental em editais e
legislações de compras dos Estados brasileiros
supra
citados. Esta pesquisa documental
foi
realizada de forma sistemática
,
principalmente em meio eletrônico, compreendendo o primeiro
semestre de 2011
.
No Brasil, o Estado de São Paulo é o pioneiro
e também apresenta o maior
nú
mero de iniciativas
.
Dentre os estados do Sul
,
verifica
-
se que o Pa
raná,
dentro da pesquisa
realizada
,
foi o único que apresentou legislação específica com critérios sociambientais.
Algumas cidades do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul deram início a iniciativas de
compra de alimentos orgânicos para serem servidos
às crianças nas escolas públicas, os
programas de merendas ecológicas.
Como limitadores da CPS, encontram
-
se ainda a
dificuldade de mudar o comportamento de compra e a percepção de que o processo e os
resultados são mais dispendiosos e demorados.
Uma importante ressalva
à
CPS é que
el
a não
considera questões mais profundas
,
como as relações sociais humanas e suas diferentes
maneiras de interação com o meio ambiente. Outro importante limite é a crônica corrupção no
setor público brasileiro. Nesse sentido, por ser um novo paradigma no setor público, envolver
um tema de alta complexidade, exigir mudanças institucionais de grande monta, e ser
altamente suscetível
à
corrupção, a CPS ainda requer um grande esforço em pesquisas e no
desenvolvimento de tecnologias que garantam clareza de critérios, avaliação sistemática de
seus resultados e impactos e transparência e controle público dos processos. Caso contrário, ha um grande risco que essa inovadora e indispensável iniciativa seja inviabilizada ou desvirtuada
pelas estruturas institucionais tradicionais. | |