dc.description.abstract | O presente trabalho discute a importância da atividade empreendedora e a relação desta atividade com o crescimento econômico e o desenvolvimento regional. Para tanto, o objetivo do artigo é investigar quais são as características empreendedoras dos países da ALTEC (Associação Latino Ibero-americana de Gestão Tecnológica) que participaram da pesquisa do Global Entrepreneurship Monitor (GEM) nos anos de 2000 a 2009. Ao todo foram 15 países pesquisados. Os dados utilizados para a pesquisa se caracterizam como secundários, referentes aos relatórios executivos do GEM. Mesmo com semelhanças econômicas, políticas e sociais, os atributos empreendedores dos 15 países pesquisados apresentam particularidades. Bolívia, Guatemala, Colômbia e Peru tiveram as maiores taxas TEA (Total Entrepreneurship Activity – principal indicador que mede o empreendedorismo pelo GEM), ou seja, 3 países da América do Sul e um da América Central. Espanha, Portugal, Panamá e Uruguai obtiveram as menores taxas TEA, dois europeus, um da América Central e um sul americano. Portanto, dentre os países da ALTEC, é possível encontrar os países mais empreendedores do mundo, como também os menos empreendedores. Contudo, não se pode interpretar os resultados de uma elevada TEA como situação favorável a um desenvolvimento social e sustentável (BRUNEAU; MACHADO, 2006), nem a um cenário econômico fortalecido. Pois o único país considerado innovation-driven (desenvolvido economicamente segundo o GEM) é a Espanha, que apresenta baixa TEA. Por outro lado, a Guatemala que apresentou alta TEA é considerada factor-driven (pouco desenvolvido economicamente segundo o GEM). Então, a taxa TEA do GEM é um indicador para mensurar a atividade empreendedora, não desempenho econômico, pois os países mais empreendedores do mundo, de acordo com os relatórios do GEM estão dentro do grupo factor-driven e efficiency-driven (países emergentes segundo o GEM), ou seja, são os países que não apresentam forte cenário econômico. Não foi possível concluir se existe relação direta entre o crescimento econômico e a atividade empreendedora. Pode-se observar que o crescimento econômico influencia positivamente a prática empreendedora (SCHUMPETER, 1984; REYNOLDS, 1999; CÂMARA, 2003; VAN STEL; CARREE; THURIK, 2005; WONG; PING HO; AUTIO, 2005; FONTENELE, 2010), aumentando o poder de compra das pessoas, facilitando o acesso à financiamentos e gerando novas empresas. Mas, também se pode concluir que um fraco desenvolvimento local e a desaceleração e fragilidade de uma economia, resulta em altas taxas de desemprego, fazendo com que as pessoas busquem alternativas de renda, como abrir o próprio negócio (BARROS; PEREIRA, 2008). Assim, uma economia regional fraca também influencia a atividade empreendedora. Em outras palavras, tanto uma economia forte, quanto uma economia frágil proporcionam um cenário para o desenvolvimento do empreendedorismo, de acordo com os critérios do GEM. 2 Por fim, os 5 países com maior expectativa de inovação nos empreendimentos são: Chile, Uruguai, Argentina, Dinamarca e Peru. Nota-se que 4 deles são latino americanos (GEM – Brasil, 2010). É um dado que revela contradições, uma vez que o próprio GEM classifica os países mais desenvolvidos como innovation-driven, e os países que apresentaram maior expectativa de inovação são os efficiency-driven. Talvez a forma de mensuração deste indicador possa ser revista. | |