Custos de Transação e Competências Organizacionais: Influência na Estrutura de Governança de Manufatura de Novos Produtos
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Date
2011Author
Antonio Carlos Lima Nogueira
Walter Bataglia
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O lançamento de novos produtos é um dos aspectos relacionados ao desempenho de uma empresa na gestão da inovação e tecnologia. O tema tem especial relevância em setores com regimes tecnológicos de ciclo rápido, como o setor farmacêutico. Uma das decisões que afetam a eficácia no lançamento de um novo produto é a escolha da estrutura de governança da etapa de manufatura. É necessário optar entre um fornecedor interno, que seria a área de produção da empresa, ou externo, por meio de um contrato com um parceiro. O problema de pesquisa proposto é: qual é a influência dos custos de transação e competências organizacionais na escolha da estrutura de governança de manufatura de novos produtos? O objetivo geral do estudo é desenvolver um modelo conceitual que explique a escolha do fornecedor de manufatura de novos produtos por meio de custos de transação e das competências organizacionais. Os objetivos específicos são: (1) avaliar a literatura atual sobre as abordagens de economia organizacional e de competências organizacionais sobre o tema, (2) definir indicadores e elaborar hipóteses para os constructos envolvidos e (3) ilustrar a possibilidade de aplicação do modelo ao setor farmacêutico no Brasil. O estudo tem duas justificativas. A primeira é a aprofundar o conhecimento sobre as relações entre as abordagens de economia organizacional e de capacitações organizacionais, usando os constructos de custos de transação e competências. A abordagem de economia organizacional pode ser aprimorada com a análise de aspectos internos à organização afetados pelas transações, como as rotinas e competências. A segunda justificativa é a contribuição para a realização de estudos empíricos sobre a gestão de manufatura no setor farmacêutico brasileiro, que se encontra em um momento de expansão. O modelo trata das relações entre os seguintes constructos: (1) “fornecedor”, classificado como interno ou externo, (2) “custos de transação” avaliados pelos atributos especificidade de ativos e poder de barganha e (3) “competências”, mensurado nas áreas de operações e parcerias. A hipótese central é que as competências da empresa influenciam a escolha do fornecedor com uma relação moderada pelos custos de transação. A unidade de análise é o produto lançado nos últimos anos. A aplicação do modelo ao setor farmacêutico brasileiro envolve uma pesquisa empírica com dados secundários de medicamentos na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Nesta entidade é possível obter a data de registro, os componentes utilizados, a classe terapêutica e se a fórmula é proprietária ou genérica. Após este levantamento inicial, seria possível buscar dados primários nas empresas sobre a estrutura de governança e outros aspectos para a realização de testes estatísticos com as hipóteses propostas.