Registro de patentes: análise dos estados brasileiros sob a perspectiva dos fatores exógenos às organizações.
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Date
2011Author
Santiago, Márcia
Castro, Luciano
Ropelato, Márcio
Del Prá Netto, Denise
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A concorrência com os grandes países emergentes, caracterizados por produção de baixa qualidade e baixos salários, e com os países desenvolvidos, possuidores de alta tecnologia, com alto potencial de inovação e diferenciação de seus produtos e serviços, na busca de novos mercados tem sido um desafio para o Brasil. Neste cenário o país tem investido no fortalecimento de estratégias voltadas para o crescimento de empresas de base tecnológica e da realização de parcerias entre Universidades, Institutos de Ciência e Tecnologia e Empresas privadas no intuito de estimular as inovações; além de fomentar a Pesquisa e Desenvolvimento, por meio de financiamentos para as indústrias, incentivos fiscais, subvenções etc. As organizações empresariais são agentes responsáveis para o desenvolvimento de inovações e os fatores que influenciam estas atividades possuem relações complexas. Para que ocorra geração de inovações, é necessário que seja considerado tanto os fatores internos (aqueles que podem ser controlados pela empresa) como externos (Políticas governamentais, número de escolas e de docentes, acesso a internet pela população, saúde publica, saneamento etc.). Levando em consideração que os fatores externos não são controlados pelas organizações, faz-se necessário verificar quais variáveis deste ambiente podem influenciar o surgimento de inovações, que neste estudo é operacionalizada pelo número de patentes per Capita. Nesta perspectiva, este estudo tem como objetivo levantar os indicadores dos estados brasileiros, considerados fatores exógenos e correlacioná-los com o número de patentes per Capita registradas em cada um, analisando a relação destes com a variável escolhida. Para alcançar o objetivo proposto a pesquisa se caracteriza como descritiva documental, com método quantitativo. Os dados foram coletados nas bases de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE e do Instituto Nacional de Propriedade Industrial -INPI por meio de seus sítios na internet. Os dados foram tabulados em planilha eletrônica e importados ao software estatístico SPSS v.17 e LHstat, os quais apresentam os mesmos resultados. As técnicas de análises utilizadas foram correlação, análise discriminante, componentes principais e regressão múltipla. Após estes procedimentos verificou-se que as variáveis internet no trabalho, internet, atividades imobiliárias e aluguel, comércio e serviços de manutenção e reparação, foram algumas das variáveis que tiveram correlação significativas e positivas com o número de patentes per Capita, enquanto a quantidade de escolas de ensino fundamental e médio possuem correlações negativas com o evento em estudo. Verificou-se ainda que os serviços de transporte, armazenagem e correio, acesso a internet em domicílio e a quantidade de pessoas acima de 15 anos que frequentam cursos de educação para jovens e adultos são variáveis discriminantes entre os estados mais e menos inovadores. Embora estas variáveis sejam características discriminantes não se pode afirmar que elas possam explicar o surgimento de inovações. Assim, por meio da regressão múltipla evidenciou-se que a indústria da transformação é responsável por 49,20% dos registros de patentes. Embora as empresas sejam responsáveis pela geração de inovação, é necessário que o governo tenha um papel catalisador, com investimentos em infraestrutura e políticas de inovação, no sentido de propiciar um ambiente que colabore para esta inovação.