A participação da engenharia nas atividades de P&D da indústria de transformação brasileira: uma análise a partir da pintec
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Date
2011Author
De Oliveira, Marcela
Queiroz, Sérgio
Consoni, Flávia
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Segundo o Manual de Canberra (1995), a combinação entre o empenho em atividades inovativas e tecnológicas e o comprometimento de cientistas e engenheiros na realização dessas atividades são elementos fundamentais para o processo de desenvolvimento econômico, tecnológico e social de um país ou de uma região. Essa importância atribuída aos profissionais de Ciência e Tecnologia (C&T) significa que a investigação e a mensuração a respeito do desempenho tecnológico de um país passam por indicadores que determinam a participação desses profissionais na economia. Recentemente, o Brasil está enfrentando o temor de que a retomada do crescimento econômico, e principalmente, o fortalecimento da realização de atividades tecnológicas no país, seja interrompido por uma restrição na disponibilidade de profissionais qualificados para atuar na economia, principalmente os profissionais da área de engenharia. Essa situação poderia ter sido provocada por uma estrutura com uma trajetória de maior participação de engenheiros em atividades de P&D. A construção e a análise deste cenário é o objetivo deste artigo, que pretende investigar se a participação dos profissionais de engenharia em P&D na indústria da transformação está crescendo no Brasil ao longo dos últimos anos. Para isso, o artigo utilizou os dados fornecidos pela Pesquisa de Inovação Tecnológica (PINTEC), em suas quatro edições 2000, 2003 e 2005. Essa pesquisa investiga de modo abrangente as atividades inovativas da indústria de extração e de transformação, além de alguns segmentos do setor de serviços, tendo como alicerces a metodologia do Manual de Oslo da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), internacionalmente aceita e utilizada. As informações coletadas permitem que se observe a evolução do esforço em P&D e a participação dos engenheiros entre os profissionais dedicados às atividades tecnológicas. Apesar da expectativa de uma estrutura com fortalecimento da demanda de engenheiros para atividades tecnológicas, a análise dos dados evidencia que a indústria brasileira não tem contatado com mais engenheiros nos últimos anos para a realização das atividades de P&D. Na verdade, a estrutura se mostra consolidada tanto em valores absolutos quanto em participação no total dos envolvidos em atividades inovativas. Cabe destacar que a intensidade dos investimentos em P&D comportase de forma semelhante, sem alterações significativas e sem desenhar uma trajetória de crescimento consistente