Redes de Inovação podem ser construídas? Um estudo de caso da Rede Petro RS
Abstract
Uma questão chave para a atual discussão sobre redes de inovação r
efere-se à possibilidade destas redes serem induzidas ou
construídas por organizações empresariais ou agências governamentais,
bem como o que potencializa esta construção.Tendo
em vista o caráter muitas vezes vago da palavra “rede”, conside
ra-se que para a existência de uma rede é necessário que os
atores estabeleçam trocas entre si, possuam uma autopercepção de
pertencimento a um determinado espaço ou grupo e sejam
capazes, ainda que potencialmente, de empreender ações conjuntas. No cas
o das redes de inovação, os seus atores partilham um
objetivo comum de inovar, tanto em relações diádicas (entre dois atore
s) quanto em relações multilaterais (entre três ou mais
atores). O estudo de caso combinou a realização de um
survey
de amostra não-probabilística com 50 empresas pertencentes à
Rede Petro RS com a realização de 19 entrevistas em profundidad
e. Nas entrevistas em profundidade, os respondentes
pertenciam a empresas, universidades, governo e agências de fomento e
de apoio às empresas. Os dados foram coletados entre
abril e maio de 2005. Os resultados do caso da Rede Petro RS apontam p
ara quatro fatores chaves para a construção das redes
de inovação. O primeiro tem a ver com um ambiente institucional f
avorável, especialmente as conexões com elementos do
Sistema Nacional de Inovação. O segundo é a existência de redes s
ociais prévias que contribuem para a legitimidade e
formação de confiança entre os atores da rede. O terceiro é a
construção de ações coletivas e de espaços de interação que
possibilitam a conectividade e a partilha de interesses necess
árias para a própria existência da rede. O quarto diz respeito a
os
diferentes modos de coordenação entre os atores capazes de contempla
r o amplo espectro de atividades relacionadas ao
processo de inovação