Gerenciamento e Inovação nos Serviços de Saúde

Abstract

Os serviços de saúde se caracterizam por serem mão-de-obra dependente e por possuírem processos paralelos de produção: o assistencial e o gerencial. Parte-se do pressuposto que a Gestão da Informação (G.I.) possibilita a in tegração desses processos e propicia a inovação, produzindo conhecimentos gerenciais e assistenci ais, elevando a eficiência e a qualidade dos serviços produzidos na networking de serviços de saúde. Este artigo objetiva analisar a compreensão dos gestores de hospitais sobre a práxis do processo da G.I. É resultado de pesquisa qualitativa, exploratória e descritiva realizada em oito hospitais de alta complexidade tecnológica. Roteiro semi-estruturado de entrev ista é aplicado para a coleta de dados. No tratamento destes, foi adotado a Análise de Conteúdo. A maioria dos gestores compreende a G.I. como um processo de aquisição e di sseminação de dados e informação para gerar conhecimento assistencial, descartando o gerencial. Valorizam a informação epidemiológica e entendem que a G.I. é inextricável ao processo de informatização. Poucos associam esse processo à aquisição de informações estratég icas. Esta compreensão além de dificultar a inovação pode comprometer toda a concepção da cadeia de valor destas organizações. Os gestores não possuem uma visão ecológica da G.I. e o ambiente informacional é fragmentado dificultando a G.I., o gerenciamento e a i novação. Consideram que o maior entrave no processo de G.I. está na coleta de dados e informação e no uso destes. Afirmam que há estratégia interna de disseminação da in formação entre as equipes administrativa e assistencial, apesar de apenas quatro hospitais trabalharem na direção de um Sistema de Informação Hospitalar (SIH), e apenas um gest or citar o Prontuário Eletrônico do Paciente como instrumento de gestão aglutinador de dados e informações. Há uma lacuna cognitiva entre os gestores e o processo de G.I. nos hos pitais, e isto pode dificultar o gerenciamento e a Inovação