Gestão da inovação em etanol 2g: um estudo de caso em uma empresa brasileira
Abstract
Grande parte das fontes de energia utilizadas em todo mundo são provenientes de fontes não
renováveis. O caso do Brasil é diferente, visto que possui uma matriz energética relativamente
diversificada. O país utiliza cerca de 46,8% de fontes renováveis em s
ua matriz energética. Tal
fato se relaciona com a competitividade histórica do país em etanol de cana
-
de
-
açúcar. Nesta
trajetória, merece destaque o programa Proálcool, dentre outras iniciativas que consolidaram a
competitividade do etanol de primeira gera
ção. Dentre os desafios recentes da indústria
sucroalcooleira encontra
-
se o chamado etanol de segunda geração, um combustível produzido a
partir da palha e do bagaço da cana de açúcar, que se utiliza de processos diferenciados como
pré
-
tratamento e ferment
ação para obtenção do combustível. No Brasil um grupo restrito de
empresas tem investido em esforços para a produção do etanol 2G, dentre elas encontra
-
se a
GranBio. Neste contexto, o trabalho tem como objetivo examinar o processo de gestão da
inovação na
empresa GranBio, com o objetivo de compreender sua estrutura de parcerias para
inovação bem como os mecanismos internos de aprendizado tecnológico e transferência de
tecnologias. A metodologia da pesquisa consistiu em um estudo de caso exploratório, com
ab
ordagem qualitativa, que
se fundamentou
na coleta de dados primários e secundários através de
levantamento bibliográfico e da realização de entrevista na empresa. Os resultados da pesquisa
apontaram que a empresa
se mostra
envolvida em uma ampla rede de pa
rcerias para viabilizar a
produção do etanol 2G, caracterizando assim uma gestão da inovação tipicamente aberta. Há
ainda evidências dos esforços de aprendizado tecnológico comprovadas pelo levantamento dos
depósitos de pedidos de patentes realizados no IN
PI
(Instituto Nacional de Propriedade
Industrial)
, USPTO
(
United States Patent and Trademark Office
)
e Espacenet entre 2014
-
2016.
O
trabalho
contribui, portanto,
para políticas públicas de fomento à produção de etanol 2G no Brasil
e gestão da inovação em empresas do setor sucroalcooleiro.