Um estudo da tramitação de patentes farmacêuticas concedidas pelo INPI Pós-Trips
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Author
Mercadante, Eduardo
Hasenclever, Lia
Paranhos, Julia
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Os produtos e processos farmacêuticos retornaram, em 1996, à lista de objetos patenteávei
s no
Brasil, a partir da Lei nº 9.279,
c
onhecida como Lei de Propriedade Indu
strial,
que adequou a
legislação nacional ao
Trade
-
Related Aspects of Intellectual Property Rights Agreement
(Acordo
TRIPS). O processo de harmonização representou um desafio significativo para o Instituto
Nacional da Proprie
dade Industrial (INPI), que não dispunha de corpo técnico qualificado e
suficiente para volume de novos pedidos. A partir da identificação de algumas restrições
institucionais que contribuíram para esse quadro, o objetivo deste artigo é realizar um exame
e
x
-
post
da tramitação das 293 patentes farmacêuticas depositadas entre 2000 e 2014 já concedidas,
investigando:
titulares e inventores; períodos; tramitação; e cartas
-
patente. Os resultados
apontam, por um lado, para uma significativa demora do INPI no exam
e desses pedidos,
extrapolando seus prazos mínimos, e, por outro lado, para a estratégia dos titulares de utilização
quase na integralidade dos prazos máximos para as etapas processuais que lhes competem. Dessa
maneira, se a justificativa do patenteamento
é ambígua, facilitando a apropriação privada dos
lucros, enquanto difundindo publicamente o conhecimento integrado, a combinação do resultado
do processo de tramitação com algumas previsões legais gera um desequilíbrio na relação entre
titular e sociedade,
a favor do primeiro.