Análise do mercado das máquinas de café brasileiras, estrangeiras, seus correlatos e o paradoxo: maior produtor de café x poucas patentes nacionais
Abstract
Uma primeira análise parece sugerir, no caso do Brasil, e considerando o produto café,
que o país não se apropria adequada e vantajosamente de sua dotação natural. Não fica
perceptível a criação de valor tangível à frente na cadeia, e, pior, oner
am
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se coeficientes
técnicos importantes de comércio exterior.
A julgar pela justaposição e ressonância com que conhecimento, em sua aplicação
prática, propriedade industrial e (competitividade junto ao) comércio exterior devem
caminhar, a ausênc
ia de tecnologia, desenvolvida internamente neste campo, é um fator de
desajuste ao Brasil. Acresce, neste caso, a dimensão do mercado interno, que poderia, no caso
do Brasil, abrir espaços ao conhecimento incorporado vindo de fora, com vistas a exercícios
efetivos de aprendizados.
Feita esta introdução, o presente artigo tem como objetivo buscar evidências que
permitam compreender melhor a natureza e especificidades do abismo que hoje existe entre o
número de patentes depositadas no país por residen
tes e por não residentes relacionadas a um
dos principais produtos de exportação do Brasil, o café (com ênfase a seus correlatos).
Os registros citados (de propriedade industrial principalmente), buscados em bases de
dados públicas e p
rivadas, nacionais e internacionais, fundamentam a pesquisa analítica e
comparativa que suporta a metodologia do texto, seguida de análise crítica e eventuais ilações.
Tal se complementa pelo estudo de dados desagregados, buscados nas bases referen
ciadas no
trabalho, considerando a composição, por origem, das patentes do inventário do INPI, bem
como rubricas associadas ao comércio exterior e afins..
As evidências então, parecem favorecer a interpretação de que há falta de investimento,
fa
lta de iniciativas empreendedoras e sobretudo, escassez de atividades de engenharia reversa.
Estas, se existentes, poderiam robustecer e jogar mais luzes na inventividade deste segmento,
que, tal como está, penaliza as contas do balanço de pagamentos e fra
giliza a postura
efetivamente inovadora.