As relações entre universidades e empresas no brasil: mais do que se supõe, menos do que se precisa
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Author
Pinho, Marcelo
Vitale Torkomian, Ana Lúcia
Ritter Dos Santos, Marli Elizabeth
Metadata
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A
o longo das últimas décadas
disseminou
-
se a constatação de que firmas inovadoras não
podem depender exclusivamente de suas competências internas. A articulação com outros
agentes
, entre os quais a universidade e os institutos de pesquisa,
é vital para o desempenho
inovativo.
T
ambém no Brasil o reconhecimento da importância das relações universidade
-
empresa seja
amplo, o relacionamento existente não é bem conhecido e sistematicamente caracterizado. O
propósito deste artigo é contribuir para a construção de uma visão mais objetiv
a sobre essas
relações, sintetizando achados de um esforço de investigação que
envolveu
dois
levantamentos primários junto a pesquisadores e empresas com experiência prévia de
colaboração.
J
á é volumosa a lista de trabalhos acadêmicos que se debruçaram sob
re o
manancial de dados do chamado
BR Survey
. Especificamente neste artigo, pretende
-
se
recuperar
os
principais
resultados d
e
estudos com abrangência nacional. Ademais da síntese
dos principais achados desses estudos, o artigo recupera os traços críticos d
e alguns casos de
sucesso no relacionamento entre empresas e instituições acadêmicas no Brasil.
Entre os muitos resultados
, pode
-
se destacar
a avaliação
predominante entre os pesquisadores
de que canais de transferência de conhecimento tradicionais
–
como
publicações e congressos
–
e a troca informal de informações são mais importantes do que mecanismos usuais de
transferência de tecnologia: incubadoras, licenciamento de tecnologia e
spin
-
offs
.
N
o
levantamento junto às empresas, além de uma hierarquização s
emelhante sobre esses canais,
sobressaem a avaliação
majoritária de sucesso na colaboração
e
uma apreciação que confere à
universidade maior importância entre as fontes de informação para a inovação do que,
segundo levantamentos análogos, em muitos países
desenvolvidos.
Em suma, as evidências reportadas lançam dúvidas sobre o senso comum em relação à
intensidade das relações entre universidades e empresas no Brasil
.
E
las não apenas existem,
mas são importantes e relativamente intensas. A seção final do arti
go interpreta esse resultado,
relacionando
-
o com o perfil específico das demandas tecnológicas das empresas em países em desenvolvimento.