Indústria criativa: experiências de integração nas políticas de desenvolvimento local no Brasil
Abstract
As atividades criativas têm mostrado capacidade de criação de empregos no meio urbano, de inclusão social, de criação de novas oportunidades empreendedoras, além de serem sustentáculos das recuperações dos centros históricos das cidades. O conceito de setor criativo surgiu no final dos anos 90, sendo definido pela primeira vez pelo Reino Unido e englobando todas as atividades com origem na criatividade, na perícia e no talento dos indivíduos, que tenham capacidade para gerar riqueza e empregos, baseados na valorização da propriedade intelectual. Como todo conceito novo, o setor criativo tem dificuldade de ser avaliado do ponto de vista de sua importância econômica. O Brasil tem avançado nesse ponto, merecendo destaque o estudo feito pela Firjan, em 2008, sobre a Cadeia da Indústria Criativa no Brasil. As doze áreas centrais citadas pelo estudo são: expressões culturais, artes cênicas, artes visuais, música, filme e vídeo, TV e rádio, mercado editorial, software e computação, arquitetura, design, moda e publicidade. Face à expressiva diversificação e baseadas em classificações de atividades que não foram construídas para tratar convenientemente da economia criativa, as tentativas de estimação do tamanho do setor têm muitas dificuldades. Apesar disso, as aproximações feitas até agora mostram que, em 2007, havia mais de 610 mil trabalhadores formais nas doze áreas nucleares no Brasil, cujos salários médios eram sensivelmente mais altos do que a média brasileira. Uma das constatações feitas no mundo inteiro, e no Brasil não é diferente, é que a produção cultural está concentrada nas grandes cidades, como é o caso das cidades estudadas: Porto Alegre, Recife e Rio de Janeiro. A análise das informações disponíveis mostra uma integração das atividades criativas nos planos locais de desenvolvimento ainda pouco vinculada à importância econômica que elas já têm nas cidades estudadas.