Internacionalização de p&d na petrobras

Abstract

As empresas brasileiras que atuam no cenário internacional estão descobrindo que o processo de inovação tecnológica neste ambiente global é cada vez mais complexo, pois novos produtos, processos ou serviços necessitam atender tanto a requisitos globais quanto a necessidades dos consumidores locais onde a empresa atua. Ou seja, ao invés de simplesmente adaptar seus produtos aos novos mercados, as companhias precisam inventar e inovar para atender às necessidades dos mercados locais. Para isso, muitas empresas estão conduzindo suas atividades de P&D também de forma global, de forma a ter uma maior proximidade com o mercado, maior acesso a tecnologias e a know-how, mediante parcerias com universidades, fornecedores e mesmo competidores, bem como acesso a talentos humanos. Um dos indicadores do crescimento da internacionalização das atividades de P&D é o aumento dos arranjos cooperativos, tais como alianças estratégicas, que buscam o conhecimento onde ele estiver disponível, independentemente das fronteiras nacionais. Pesquisas recentes indicam que a partir de 1980 houve um crescimento significativo no número de alianças tecnológicas estabelecidas e, principalmente, elas passaram a ter um caráter mais estratégico. Tal crescimento baseia-se no fato de que as empresas multinacionais buscam alianças com outras empresas e instituições acadêmicas devido a uma crescente 2 consciência de que nenhuma companhia consegue, isoladamente, desenvolver todas as competências necessárias para o desenvolvimento de produtos e serviços inovadores. Seguindo esta tendência, após o processo de quebra do monopólio de exploração de petróleo, a Petrobras vem buscando adaptar sua estratégia competitiva para o novo ambiente institucional do setor, com o objetivo de garantir a liderança da empresa no mercado brasileiro e aumentar sua rentabilidade por meio da ampliação de mercados, diversificação de atividades e internacionalização da empresa. A expansão internacional da Petrobras é uma reação à maior exposição que a empresa brasileira tem em relação à concorrência estrangeira, em especial, de grupos empresariais norte-americanos. No entanto, em que pese a expansão dos negócios, com investimentos diretos no exterior, ainda não há um movimento de aquisição ou criação de centros de P&D fora do país. Sendo uma empresa de forte cunho tecnológico, uma das estratégias tecnológicas atualmente adotadas é o estabelecimento de alianças internacionais. Este trabalho tem por objetivos: a) entender o processo de internacionalização das atividades de P&D da Petrobras, considerando o modelo proposta pela UNCTAD e b) tendo sido verificado que a internacionalização de P&D da empresa concentra-se hoje em alianças tecnológicas, houve interesse dos autores em conhecer como elas se dão, como são gerenciadas, os fatores determinantes de sucesso, e quais os resultados alcançados. Espera-se que as discussões e conclusões deste artigo possam servir de fonte de informação para outras empresas, brasileiras ou não, que estão passando por processos de internacionalização de P&D.