dc.description.abstract | Este trabalho sintetiza o estudo das relações entre a negociação coletiva e a inovação tecnológica no âmbito da indústria automobilística brasileira (DaimlerChrysler São Bernardo do Campo [antiga Mercedes Benz], Volskwagen Anchieta e Ford São Bernardo do Campo). A pesquisa constatou que, na sua maior parte, a inovação tecnológica foi implantada de forma negociada entre as empresas e a organização sindical. Selecionado um conjunto de indicadores de inovação tecnológica - de produto, de processo e de gestão - constatou-se que foram negociados os principais aspectos desse universo. A negociação coletiva da inovação tecnológica revelou-se ampla, variada e sólida. Incorporou a regulação de assuntos novos, que não eram objeto de contratação durante o modelo de desenvolvimento fordista. Destaca-se a negociação de investimentos e de fabricação de novos produtos, que teve a novidade nacional e provavelmente, internacional, de figurar, explicitamente, em acordo coletivo. Negociaram-se, também, diversas formas de flexibilidade, da jornada, da mobilidade, do processo produtivo, do trabalho em grupo, da formação profissional. Foi possível comprovar que a negociação coletiva manteve sua lógica clássica: teve o conflito como elemento dinâmico e constituiu uma regulação conjunta, entre as empresas e os representantes dos trabalhadores. Adquiriu, também, novos significados, como ser meio de solução de problemas, técnicos e sociais. As negociações buscaram a defesa de emprego, mas incorporaram, também, propostas relativas ao conteúdo do trabalho e à viabilidade dos empreendimentos, adotando diversas formas de concessões mútuas e de compromissos entre os sujeitos da negociação. A pesquisa constatou que, infelizmente, as características assinaladas, fora das fábricas estudadas, não se expandiram pela cadeia produtiva, o que significa a introdução unilateral 2 das inovações tecnológicas, a ausência do Estado e a falta de democracia nas relações de trabalho. | |