Aprendizagem Tecnológica e a Teoria da Hélice Tripla: Estudo de Caso num APL de Louças
Abstract
Na era da economia baseada no conhecimento, a criação de competências por meio dos processos de aprendizagem torna-se a chave para o desenvolvimento. Os estímulos às aglomerações produtivas podem ser uma forma para criar espaços de aprendizagem, que, associados às políticas descentralizadas, podem estimular especializações produtivas localizadas e a sustentação do desenvolvimento neste novo paradigma da economia baseado no conhecimento. O desenvolvimento local por meio da interação entre as universidades, as empresas e o governo tem sido o caminho mais curto para a aprendizagem tecnológica e inovação. Este artigo tem por objetivo identificar os mecanismos de aprendizagem tecnológica, proporcionados pela interação entre os agentes que formam o arranjo produtivo de louças de mesa de Campo Largo-PR. Este cluster é responsável por 90% da produção nacional, gerando aproximadamente 4.000 empregos diretos e indiretos no Estado. O referencial teórico que dá sustentação a este artigo é o da Hélice Tripla, desenvolvido por Etzkowitz e Leydesdorff (1997), que avalia a inovação tecnológica como resultado da interação entre os agentes: governo, empresas e universidades. A pesquisa foi realizada por meio de um estudo de caso, e a coleta dos dados foi realizada por meio de roteiro com perguntas semi-estruturadas com quinze visitas técnicas, abordando-se as atividades de interação e as barreiras e motivadores entre os agentes. Alguns mecanismos encontrados referem-se a algumas ações em conjunto que já estão apresentando resultados concretos, como é o caso de um projeto para colagem sob pressão e a celebração do convênio internacional para a construção do centro tecnológico da cerâmica. O trabalho destaca também a necessidade de mecanismo de governança entre os agentes do APL.