Serviços de Saúde no Nordeste e em Pernambuco: Aspectos da Inovação e dos Desafios em Curso
Abstract
Este trabalho tem como objetivo mais destacado o exame das atividades da chamada saúde suplementar no Nordeste, mais especificamente em Pernambuco onde se destaca o Pólo Médico do Recife. Procura-se aqui dar uma idéia do contexto geral do segmento, bem como suas características mais proeminentes, limitações e desafios com base em pesquisa desenvolvida tendo o Pólo Médico do Recife como foco de análise. No que diz respeito aos desafios e limitações, o trabalho tenta mostrar as frágeis conexões do setor com a base local de P & D, as dificuldades de mercado em curso e ainda os condicionantes, em ultima instância, dos caminhos seguidos para a adoção de inovações e para a viabilização financeira das empresas da área de saúde suplementar. Destacam-se aqui os fornecedores de equipamentos e insumos, bem como as operadoras de planos de saúde como principais atores, respectivamente, do processo de adoção de inovações e de manutenção de mercado para as empresas. O setor em exame apresenta peculiaridades. Sendo constituído por três tipos de agentes com lógicas diferenciadas - os estabelecimentos de bens e serviços de saúde, as operadoras de planos e de seguros de saúde, e o consumidor - apresenta, necessariamente uma assimetria de informações. Assimetria esta caracterizada pelo domínio privilegiado de informações, às vezes pelos Planos e Seguradoras, às vezes pelos profissionais e instituições que oferecem serviços de Saúde. A assimetria de informação pode levar, e muitas vezes leva efetivamente, a dois processos. Por um lado a uma modernização acelerada e a uma indução 2 de uso de serviços além do necessário; por outro, a uma diferenciação na disponibilização dos serviços por categorias e renda do consumidor. Estes processos levam a uma introdução diferenciada de inovações e a uma tendência a segmentação destes mercados e suas lógicas de evolução tecnológica. Ao mesmo tempo, concorrem para a uma exclusão crescente, pelo lado dos custos, dos possíveis detentores de planos e seguros de saúde e a uma diferenciação de lógicas de modernização.