Saúde e Inovação: fragilidades tecnológicas do Complexo Econômico-Industrial da Saúde no Brasil
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Date
2019Author
Horacio, Nathalia
Junqueira, Maria
Batista, Rodolfo
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O artigo tem como objetivo evidenciar a fragilidade tecnológica do setor da saúde no Brasil por meio da análise dos subsistemas industriais do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (CEIS). Visando suprir as falhas de entendimento e a escassez de estudos sobre o papel da base produtiva do sistema de saúde, este artigo apresenta um olhar sistêmico desse Complexo e analisa o protagonismo da indústria nos processos de geração de inovação em saúde. Ele se limita a estudar a área industrial, visto que esse foco permite uma compreensão sobre a vulnerabilidade que o sistema de saúde está exposto devido à fragilidade de sua base produtiva. A pesquisa é de caráter descritivo e quantitativo, e analisa o CEIS em seus aspectos relacionados às características do emprego nos seus subsistemas industriais e à demanda final do setor de saúde, a fim de evidenciar sua importância na economia brasileira – em 2015, o consumo final foi equivalente à 9% do Produto Interno Bruto (PIB), sendo o consumo do governo correspondente à 4% do PIB. A análise da balança comercial dos produtos industriais relacionadas ao setor de saúde e de suas atividades inovativas evidenciam sua fragilidade tecnológica, seja pela balança comercial negativa, seja pela irrelevante taxa de atividade inovativa nas indústrias ligadas ao setor de saúde. O Estado, enquanto maior demandante do setor de saúde e maior financiador da inovação no país, pode gerar um duplo dividendo ao fomentar o CEIS: endogeneizar o desenvolvimento do país por meio de setores industriais de média e alta tecnologias e ofertar melhores serviços de saúde, com diagnósticos mais precisos e a custos reduzidos, melhorando o bem-estar geral da maioria da população brasileira que é atendida por um sistema de saúde que se propõe a ser universal, público e gratuito.