Uma análise sobre a importância do amadurecimento institucional dos núcleos de inovação tecnológica para as interações universidade-empresa

Abstract

As políticas científicas e tecnoló gicas brasileiras avançaram nas últimas décadas e o país apresenta maior participação no cenário mundial no que se refere aos indicadores de esforço e desempenho em ciência, tecnologia e inovação. Se, por um lado, houve incremento na quantidade de publicaç ões científicas indexadas, por outro, o financiamento das atividades de P&D ainda é majoritariamente realizado pelo governo. Tal fato compromete a geração de patentes, dado este baixo envolvimento das empresas e interações com os demais agentes envolvidos nas atividades de C&T no SNI. O marco regulatório que fortaleceu a interação entre os agentes do SNI evoluiu significativamente nos anos 2000, com a aprovação da Lei de Inovação e de políticas de estímulo à participação da iniciativa privada. Um dos resul tados da Lei de Inovação foi a obrigatoriedade de que as ICTs (Instituições de Ciência e Tecnologia) criassem Núcleos de Inovação Tecnológica (NITs) para a gestão de suas políticas de inovação. Neste contexto, o objetivo deste artigo foi analisar a criação e a trajetória de institucionalização dos NITs em cinco universidades públicas deste estado (USP, Unicamp, Unesp, Unifesp e UFABC). A metodologia adotada consistiu em um estudo exploratório a partir de dados secundários . Observa - se que, mesmo dez anos após a aprovação da Lei, ainda há uma grande heterogeneidade e falta de autonomia na gestão dos NITs. Por isso, é proposta uma taxonomia de classificação dos NITs segundo seu estágio de desenvolvimento institucional, na qual se podem identificar três grupos. Dentre as conclusões reitera - se a importância dos NITs como agente de interface e facilitador, na medida em que desempenha papel crítico na interface das universidades com a sociedade e o setor produtivo.