Reestruturação do setor sucroalcooleiro brasileiro na transição para o etanol de segunda geração

Abstract

O setor sucroenergético brasileiro figura como a principal alternativa nacional frente às energias fósseis responsáveis pela geração de sérios problemas ambientais em âmbito internacional; ademais, ao se utilizar da cana - de - açúcar para obtenção do etanol, matéria - prima que não integra sua base alimentar, o Brasil passa a ocupar posição de desta que no debate energético. Não obstante, tal trajetória tem sido confrontada com novos desafios tecnológicos, especificamente com o etanol de 2ª geração. Trata - se de uma tecnologia em desenvolvimento que, ao aproveitar integralmente toda a biomassa de uma d iversidade de matérias - primas, mostra - se como bastante promissora. O presente artigo expõe e analisa as características do setor sucroalcooleiro frente ao desafio tecnológico do etanol de 2ª geração. Busca - se compreender como o Brasil se posiciona em relaç ão ao desenvolvimento da rota tecnológica do etanol celulósico e, em que medida, o Brasil apresenta (ou não) protagonismo nessa corrida tecnológica . Utilizando - se de ferramentas de busca e análise de patentes, fornecidas pela plataforma Questel Orbi t , e de revisão bibliográfica, percebe - se que a reconfiguração setorial presenciada na última década reafirma a sua condição histórica. Ou seja, o avanço tecnológico ocorre condicionado pela manutenção da sua dependência externa, devido ao fato de não ser capaz d e conduzir os processos de desenvolvimento tecnológicos mais importantes.