As Organizações Brasileiras Na Sociedade Do Conhecimento: Lições Para O Brasil Na Área De Capacitação
Abstract
A partir das pesquisas atuais sobre organização do trabalho, podem ser vislumbrados dois pólos no que
tange às formas de gestão da força de trabalho: em um extremo, encontra-se o operário desqualificado de base
taylorista e no outro o trabalhador que tem a capacidade de combinar da melhor forma possível trabalho e
conhecimento. O presente texto procura analisar esse quadro e suas tendências para o caso brasileiro. Ao se falar
de mudanças paradigmáticas se está falando de tendências e não necessariamente de movimentos que
modificarão repentinamente a matriz produtiva. Chama-se a atenção para a importância de acompanhamento
permanente dessas tendências da demanda no mercado de trabalho e da análise dos perfis de capacitação
adequados. Considera-se que os esforços de capacitação atuais apresentam viéses que podem torná-los pouco
eficazes, caso não se tenham claros tais movimentos. Como conclusão, este quadro leva à necessidade de
definição de políticas públicas na área de capacitação de mão–de-obra, com premissas específicas, não
ignorando, em alguns segmentos, um novo processo de "taylorização" da economia, onde há uma nítida
separação entre os que produzem conhecimento e os que a utilizam e produzem bens e serviços. Mas, ao mesmo
tempo, não se pode deixar de preparar as organizações nacionais para acompanhar tendências de mais longo
prazo em que a gestão do conhecimento, e o trabalhador com autonomia responsável, aparecem como pilares
Básicos.