Como universidades públicas brasileiras transferem tecnologia?
Abstract
The aim of this study was to determine how USP Innovation Agency and Inova Unicamp manage the process of technology transfer (TT). Both are the technology transfer offices (TTO) of the University of São Paulo (USP) and the State University of Campinas (Unicamp), which are among the largest universities in Brazil. The TT can be understood as the transition of technology and knowledge from one organization to another (BOZEMAN, 2000). We conducted a qualitative, descriptive approach, in which respondents were officers and employees of the ETT through the implementation of a structured interview. The results reveal that although the USP Innovation Agency and Inova Unicamp are among the largest Brazilians TTO, about 94% and 90% of the patent portfolio of USP and Unicamp, respectively, generate only protection and maintenance costs. Ie, only a small portion of the protected technologies is patented, indeed exacerbated by the concentration of the efforts at the stage of protection inventions at the expense of marketing activities and the absence of a patenting policy. Besides both USP Innovation Agency and Inova Unicamp suffer from a shortage of permanent staff and the high proportion of temporary workers, which reaches 65% and 50%, respectively, to achieve the broad set of activities on which depends the success of TT process. O objetivo geral deste estudo foi verificar como a Agência USP de Inovação e a Inova
Unicamp gerenciam o processo de transferência tecnológica (TT). Ambos são os
escritórios de transferência de tecnologia (ETT) da Universidade de São Paulo (USP) e da
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que estão entre as maiores universidades
brasileiras. A TT pode ser entendida como a passagem de tecnologia e conhecimento de
uma organização para outra (BOZEMAN, 2000). Foi realizada uma pesquisa qualitativa,
de abordagem descritiva, na qual foram entrevistados diretores e colaboradores dos ETT
com base na aplicação de um roteiro de entrevista. Os resultados encontrados revelam que
embora a Agência USP de Inovação e a Inova Unicamp estejam entre os maiores ETT
brasileiros, aproximadamente 94% e 90% do portfólio de patentes da USP e da Unicamp, respectivamente, geram apenas custos de proteção e manutenção. Ou seja, apenas uma
pequena parcela das tecnologias protegidas é patenteada, fato agravado pela concentração
dos esforços na fase de proteção das invenções em detrimento das atividades de
comercialização e pela ausência de uma política de patenteamento. Além de que tanto a
Agência USP de Inovação quanto a Inova Unicamp sofrem com a escassez de pessoal
permanente e a elevada proporção de temporários, que chega a 65% e 50%,
respetivamente, para realizar o amplo conjunto de atividades do qual depende o sucesso do
processo de TT.