Interação empresa-universidade no Brasil: uma análise em rede sociais
Abstract
Este artigo investiga a interação universidade-empresa no Brasil utilizando informações de um levantamento de empresas e grupos de pesquisa (GPs) que realizaram projetos conjuntos. A partir da análise de redes sociais, e estimação de modelos econométricos, identificou-se dois padrões distintos de interação entre empresas e GPs, com consequentes diferenças observadas nos padrões de conectividade entre os componentes da rede. As principais evidências do artigo são de que, em termos gerais, vigora no Brasil formas de cooperação empresa-universidade com baixo nível de transbordamento em conhecimento, estimuladas por projetos conjuntos de P&D e utilização de infraestrura científica. Percebe-se que existe forte associação entre área científica e setor econômico nas relações de cooperação, sendo as interações predominantemente determinadas pelas empresas. No entanto, existe verifica-se ainda um conjunto coeso de interações que reflete, ao menos parcialmente, a configuração de interação retratada por Arocena e Sutz (2001) durante o período pré-liberalização da economia. This paper investigates the interaction between university and company in Brazil, using
information from a survey of companies and research groups (RGs) who made joint projects. From the social network analysis, and estimation of econometric models, were identified two
distinct patterns of interaction between companies and RGs, which resulted in differences in
the patterns of connectivity among the actors. The main findings were that in Brazil, in
general, the cooperation between companies and universities produce low knowledge
spillover, stimulated by R&D projects and the utilization of scientific infrastructure. Additionally, it is clear that there is a strong association between the scientific area and
economic sector determining cooperative relations, although the interactions are
predominantly determined by the companies. It is also observed that the configuration
interaction partially portrayed by Arocena and Sutz (2001) for the pre-liberalization period of
the economy tends, at least partially, to be preserved.